Cirurgiões fazem primeiro implante cerebral feito de grafeno
Cirurgiões da Universidade de Manchester colocaram temporariamente um implante fino, semelhante a uma fita adesiva e com metade da espessura de um fio de cabelo humano, feito de grafeno no córtex de um paciente. O dispositivo, desenvolvido pela empresa espanhola InBrain Neuroelectronics, é um tipo de interface cérebro-computador, que coleta e decodifica sinais cerebrais.
“Nosso objetivo é ter um produto comercial que possa fazer decodificação e mapeamento cerebral, e que possa ser usado em uma variedade de distúrbios”, disse Carolina Aguilar, CEO e cofundadora da InBrain.
Este dispositivo será testado em 10 pacientes que farão cirurgia cerebral por outros motivos. O objetivo do projeto, que é financiado pelo programa Graphene Flagship da Comissão Europeia, é demonstrar a segurança do grafeno em contato direto com o cérebro humano.
O grafeno foi escolhido por ser um excelente condutor e não oxidar. Segundo Aguilar, o implante feito com ele pode injetar 200 vezes mais carga no cérebro em comparação aos sistemas DBS atuais.
Atualmente, a maioria dos sistemas DBS estimula constantemente o cérebro, independentemente de o paciente estar ou não apresentando sintomas. Com o tempo, o sistema nervoso pode se adaptar a essa estimulação constante e seus efeitos podem desaparecer.
A CEO da InBrain adiantou que a versão comercial do seu produto terá perto de 100 eletrodos, mas também está sendo desenvolvida uma versão com 1.024 eletrodos – quanto mais eletrodos, mais dados podem ser registrados do cérebro.
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