Grafeno abre espaço para inovação e empresas investem em pesquisa

Desde a nossa casa até grandes indústrias mundiais, muito do que se usa ou se produz hoje tem base no aço, um dos materiais mais resistentes encontrados na natureza. Mas esse título está ameaçado, segundo especialistas, o grafeno novato promete aliar alta performance com custo-benefício.

Produzido a partir de átomos de carbono puro, o material é um elemento químico que tem fabricação complexa, mas desempenho elevado. Para se ter ideia, uma placa de grafeno é milhares de vezes mais fina que uma folha de papel ou que um cabelo humano. Por outro lado, é até cem vezes mais resistente que uma chapa de aço.



Potência na produção de vários minerais, o Brasil replica essa característica também no tratamento do grafite. Segundo informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), o país tem a terceira maior reserva de grafite do mundo e, por isso, tem vantagem na corrida por este que é considerado o mineral do futuro.

Para a consultoria Reportlinker, até 2030, o grafeno deve movimentar até US$ 2,1 bilhões (cerca de R$ 11 bi) ao redor do planeta, um número que pode ser ainda maior, a depender da velocidade com que são descobertas novas aplicações. 


Nesta linha, a Ford está empenhada em incorporar a matéria em suas fábricas pelo mundo para aproveitar o que de melhor ele pode proporcionar. No Brasil, a montadora mantém um Centro de Desenvolvimento e Tecnologia, em parceria com a Universidade de Caxias do Sul, para estudar a substância, acreditando que ela seja capaz de ampliar o desempenho dos componentes eletrônicos de seus automóveis.


Uma das vertentes que o laboratório tem trabalhado é no campo das baterias para veículos elétricos, que, além de caras, ditam o rendimento e a autonomia de um automóvel na pista.

“Se eu tenho um equipamento com grande eficiência, consigo diminuir o tamanho dele mantendo o mesmo desempenho, eu uso menos material. Nesse caso, torno tudo mais leve, consigo fazer o carro andar por muito mais tempo e dou mais autonomia ao motorista”, comenta Rodrigo Polkowski, especialista técnico em grafeno da Ford, que também é doutor em engenharia de materiais pela Universidade Federal do Sergipe.

“São linhas de pesquisas em que já se trabalha e se tem muitas publicações. Estamos super animados, especialmente por sermos brasileiros envolvidos nesse processo, já que somos um dos maiores produtores de grafeno. É importante abraçar, promover e incentivar a pesquisa deste material porque estamos com o ‘ouro’ nas nossas mãos”.




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