Grafeno ondulado pode criar pseudo-eletromagnetismo
Coloque um pouco de grafeno sobre uma superfície ondulada e você terá um material capaz de traçar o futuro para uma nova eletrônica bidimensional.
Um trio de físicos da Universidade de Rice, nos EUA, descobriu agora que, se o grafeno for fabricado com a espessura de um átomo sobre uma superfície ondulada, a superfície criará picos e vales nas folhas de carbono que as transformarão em dispositivos "pseudo-eletromagnéticos". Os vales no grafeno vão criar seus próprios campos magnéticos, minúsculos, mas detectáveis e, mais importante, aproveitáveis.
O fenômeno poderá ser útil para criar novas famílias de componentes 2D eletrônicos ou valetrônicos, além de facilitar a fabricação de dispositivos ópticos em nanoescala, como lentes convergentes ou colimadores (dispositivos que pegam a luz de uma fonte e concentram-na em um ou mais feixes fortemente focalizados).
Os pesquisadores comparam o processo com depositar uma folha de grafeno sobre uma caixa de ovos: As saliências na caixa deformam o grafeno, estressando-o de uma forma que cria um campo eletromagnético mesmo sem qualquer entrada elétrica ou magnética externa.
A equipe espera que, quando esses componentes de grafeno ondulados forem fabricados na prática, eles possam representar uma maneira de gerar um efeito Hall - uma diferença de tensão ao longo do grafeno, que é fortemente condutor - que possa facilitar as aplicações de valetrônica, que manipula como os elétrons são presos em "vales" em uma estrutura de banda eletrônica.
A valetrônica está relacionada à spintrônica, na qual os bits de memória de um dispositivo são definidos pelo estado magnético dos elétrons, e não por sua carga. Mas, na valetrônica, os elétrons têm graus de liberdade nos múltiplos estados de momento (ou vales) que ocupam, e esses estados podem ser lidos como bits - bits além do binário, com múltiplas possibilidades de dados . É por isso que se diz que a valetrônica faz uma ponte com a computação quântica.
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